quinta-feira, 15 de setembro de 2011

The Creature in the Metal Cell

Pois é, primeiro conto é o da Tia Corva. Meio antigo, mas adoro achar esses rascunhos mexendo no pc.

Nome da Fanfic: The Creature in the Metal Cell (ou A Criatura na Cela de Metal)
Nome do Autor: Tia Corva. (q)
Gênero Principal: Drama.
Recomendação Etária: +13
Sinopse da História: Apenas um pequeno One-shot sobre uma garotinha chamada Charlie, um homem de olhos frios e uma criatura em uma cela de metal.


Capítulo Único


            Acordo assustado, ouvindo o som de passos pesados na minha direção. Meu coração começa a bater com força, posso vê-lo lutando contra minha carne frágil e minha pele branca. Ainda não estava na hora dos humanos de jalecos brancos me levarem para aquela horrível sala de máquinas e lâminas. Me encolho contra a parede de metal fria às minhas costas. Não quero voltar para lá, não quero que me amarrem naquela maldita mesa dura, não quero que me amordacem para que não grite pela dor que me causam, não quero que injetem aquelas coisas dolorosas em minhas veias, não quero que me cortem. Não quero mais sentir dor, não quero mais ser preso, não quero mais ser estudado, não quero mais sentir medo. Quero morrer. Mas eles jamais permitirão.

            - Papai! Papai! – ouço aquela voz. Nunca a ouvi na vida. É aguda, estridente, alta, alegre. Não tem maldade. – Papai, o que ele é?
            - Ele é um monstro, fique longe.

            Conheço essa voz. É o homem de terno e olhos frios. Foi ele quem me trouxe para cá, de algum lugar do qual já não consigo mais me lembrar, quem ordenou que me prendessem. Ele me odeia, tem nojo de mim. Como os soldados que o acompanham, acham que sou apenas um animal. Não se importam comigo, só com sua pesquisa. Continuo deitado, encolhido no canto, encarando a parede a minha frente. Ver aquele bloco é entediante, mas não suportarei o olhar dele. É como se eu caísse no vazio daqueles olhos, e então me desespero. Se me desespero, ele ordena que os soldados me espanquem, devo manter a disciplina. Por isso me recuso a encará-lo. Então ouço novos passos se aproximando. Outro soldado.

            - Senhor, o aguardam na reunião. – sua voz é grossa, como a de todos os outros como ele.
            - Obrigado. – responde o homem de olhos frios. Então se dirige a outra pessoa. – Charlie, eu tenho que ir. Volte para cima, logo estarei de volta.

            Não precisei me virar para saber que Charlie, fosse quem fosse, concordara. Todos devem obedecer ao homem dos olhos frios. Os passos se afastam, meu coração volta ao normal. Aninho a cabeça nos braços, fechando os olhos. Finalmente posso fugir para os sonhos, escapando do pesadelo que é minha realidade, antes que os homens me puxem de volta a ela. Tento voltar para o lugar de onde eu vim, me agarrando a qualquer lembrança que possa ter dele. Mas nunca consigo. Então escuto o som.
            Tum, Tum.
            Minhas orelhas se levantam, sem entender que barulho é esse. Mas logo para, e tento voltar a dormir.
            Tum, Tum.
            Mas o que seria isso? Alguma nova tortura?
            Tum, Tum.
            Meus tímpanos sensíveis começam a doer quando o ritmo aumenta.
            Tum, Tum.
            Por que fariam isso?
            Tum, tu...

            - Pare com isso! – grito sem pensar.

            Então percebo o que fiz. Eu tinha gritado com um humano. Com um cruel e intolerante humano, que com certeza irá me castigar por isso. Custo a levantar os olhos para ele. Não é o soldado zombeiro que esperava, mas é um humano. Talvez seja uma fêmea, mas não sei dizer, ainda estou aprendendo suas diferenças, e muito mais baixa do que os outros. Acho que é um filhote como eu, só menor, mas é difícil ter certeza quando somos tão diferentes. Seus cabelos são castanhos e claros, presos por algo, de modo que parece ter uma cauda. Os olhos, como todos os humanos, tem os dois um tom mais escuro que os pêlos. Não sei o que está usando, tem cores demais. A humana apenas me fita, tão surpresa quanto eu. Não parece estar furiosa, muito menos querendo me machucar. Me sento com cuidado, mas não quero me aproximar dela. Humanos são traiçoeiros. Alguns segundos passam, então ela cobre a boca com a mão e emite ruídos estranhos.

            - Você tem um olho de cada cor. – diz, ainda cobrindo a boca. Seu tom é como o dos soldados quando zombam de mim, mas sem crueldade.
            - E você tem os dois iguais. – respondi, sem entender qual seria a graça. Ela se cala, me encolho de novo. Tenho medo dessa humana, não é como os soldados e cientistas, que sei como podem me machucar. Não sei do que ela é capaz. Ela parece não se importar com meu medo, desata a falar.
            - Eu sou Charlie, meu pai é dono daqui. – e então sorri, mas novamente, não parece ter maldade. – Qual o seu nome?

            Não respondo. Não tenho nome. Os cientistas me chamam de projeto ou experimento. Os soldados, se nomes baixos e cruéis. O homem dos olhos frios, apenas de “essa coisa”. Nunca tinha me preocupado com isso, ninguém jamais falara comigo, exceto para zombar ou me desprezar. Eu era apenas a criatura na cela de metal. Talvez fosse uma tática dos humanos, me fazer sentir como um nada para que não tentasse me impor contra eles. Um pensamento me ocorre, será que tenho um nome, mas apenas não o conheço? Um nome, escolhido em meu lar? Será que eu era alguém naquela terra? Tinha uma vida lá? Tinha... uma família?

            - Ei, o que foi? – a voz de Charlie soa preocupada. – Por que está triste?
            - Eu não sei. – mal consigo controlar a voz para responder. – Eu não sei nada.

            Fecho os olhos com força, mas mesmo assim, as lágrimas começam a cair, salgadas, pelo meu rosto. Sinto como se um buraco se abrisse em meu peito soluçante, sugando todo o calor em mim, me deixando oco por dentro. Sim, tenho medo do que a humana fará comigo agora que entrei desespero, e isso só piora meu estado. Simplesmente não posso mais suportar isso. Quero voltar para a minha casa, para a minha terra, para o meu povo. Não quero mais ser um animal preso e torturado. Mas sei que não há nada que eu possa fazer para mudar isso, então apenas continuo a chorar, aguardando uma surra iminente.

            - Por favor, não chore. – Charlie tenta novamente.
            - Não suporto mais isso. – digo, ainda sem encará-la. – Não suporto.
            - Você quer que eu te solte?

            Abro os olhos, chocado com aquela pergunta. A humana estava séria e preocupada, não estava brincando comigo. A frase leva algum tempo para fazer sentido para mim. Eu jamais saíra daquela cela, exceto quando os cientistas me arrastavam para a sala dos equipamentos assustadores e me estudavam. A idéia de sair dali me aterrorizava e tentava ao mesmo tempo. Aceno com a cabeça, o gesto humano para concordância, incapaz de falar. Charlie tira algo do bolso, um cartão – o mesmo cartão que o homem dos olhos frios usa para abrir minha cela – e o passa na parede fora do meu alcance de vista. Com um rangido, as barras eletrificadas, que seguram uma parede transparente e dura, se levantam, sumindo no teto. Sigo o movimento com os olhos, sem acreditar que esteja mesmo acontecendo. Charlie então saltita até mim, girando o cartão na mão.

            - Meu pai esqueceu de pegar de volta. – ri, enquanto o guarda no bolso.

            Ela então estende a mão para mim. Me encolho outra vez contra a parede, achando que Charlie a desceria sobre mim. Mais de uma vez soldados brincaram comigo, fingindo me soltar, mas na verdade me batiam por ser tolo e acreditar neles. Mas a humana não reage, e volto a levantar os olhos. Hesitante, ergo uma das mãos e seguro a dela, sentindo o forte calor que sua pele exala e o sangue pulsando sob ela. Me ajuda a levantar, me guia para fora da cela rumo aos corredores. Preciso de Charlie, pois os corredores são iguais e não tenho idéia de para onde vou. Não vejo nenhuma pessoa, mas posso ouvir gritos furiosos ao longe, descobriram minha fuga. Subimos muitos degraus antes de ver a outra humana, atrás de uma mesa.
            Esperamos ela sair, então Charlie solta minha mão fria e ruma para os outros corredores, procurando por mais alguém. Fico lá, no meio daquele aposento estranho, à sua espera. Seu ambiente acolhedor apenas me deixa mais nervoso. Meus ouvidos captam um som baixo, e viro-me para uma das paredes. Um parelho quadrado, deixado a um volume muito baixo, mostrava imagens. Pequenos humanos corriam desesperados, alguns sangrando, outros queimados. Um pequeno prédio ardendo em chamas, desabando. Uma pequenina máquina voando para longe da destruição. A foto de um homem carrancudo. Uma mulher falando. Ataque terrorista, mortos, feridos, destruição, terror, ao vivo de Washington.
            Só consigo despregar os olhos das horríveis imagens para olhar para mim mesmo. Não me pareço com aqueles seres, não posso viver em seu mundo. Se os humanos fazem isso com seus irmãos, o que farão com uma criatura como eu? Tremo, sem saber o que fazer. Não fugiria para o meu mundo, para a minha espécie, e sim para aquele vil lugar. Charlie volta correndo, gritando para que eu fosse rápido embora, as pessoas estavam chegando. Me viro lentamente para ela. Não posso fugir, estou com medo. E, acima de tudo, sei que jamais poderei voltar à minha terra.
            Os humanos logo chegam até nós. Puxam Charlie para longe, não a vejo mais, mas em seu lugar surge o homem dos olhos frios. Os soldados me dominam, me amarram e jogam ao chão, sem se importar. Não resisto, eles se empolgam. Espancam-me até se cansarem e até que eu não agüente mais. Meu corpo todo dói, sangra, incha, escurece. Respiro com dificuldade, levantando os olhos doloridos para o homem dos olhos frios. Ele grita mais comigo, chuta meu rosto, dizendo que vou me arrepender por ter nascido. Já me arrependo, quero responder, mas estou fraco. Eles me arrastam de volta de onde saí. Não me importo, é lá que devo ficar. Nunca voltarei para a casa. Não pertenço ao mundo dos humanos.
            Eu sou apenas a criatura na cela de metal.

domingo, 11 de setembro de 2011

O Início

Pois é, finalmente Tia Corva resolveu dar vida a uma ideia um tanto antiga de reunir em um blog leitores e escritores amadores para discutir e postar seus trabalhos. O objetivo não é, por favor, competir com nenhum site de fanfics, tanto que apenas histórias originais serão aceitas, mesmo que algumas fanfics possam ser divulgadas.

Como funciona?

Os seguidores podem mandar por e-mail ou mensagem de fumaça (tá fora de moda, mas funciona) suas histórias para a dona do blog, vulgo Tia Corva. Todo dia ela vai ler os trabalhos e publicar os que forem aprovados. Ou seja, aqueles com boa ortografia, coerência, e acima de tudo, com um bom conteúdo. Desde já aqueles que escrevem fanfics de algum anime ou livro, podem enviar o link de suas histórias em algum outro site, que futuramente será estipulado um dia para divulgar as melhores histórias.

Tem regras?

Mas é claro sim, pois sem regras a anarquia toma conta. São muito simples:
1- Respeite os demais membros.
2- Respeite as decisões da dona e dos futuros assistentes.
3- Evite fazer propagandas ou spam nos comentários.

Como entrar em contato?

E-mail de contato: suicide_social@hotmail.com

Para enviar sua história, apenas mande um e-mail com o nome do seu trabalho e em anexo o texto escrito. Qualquer pedido na hora de postagem deve ser especificado junto com o envio.
Para tirar uma dúvida, mande um e-mail também (porque a Tia Corva é pobre demais pra comprar bola de cristal), especificando seu problema e aguarde de um a quatro dias para sua resolução.


Por enquanto isso é tudo, bom uso do blog. :)